Esporte e Lazer
08/08/2023 16:08
Atletas medalhistas de jiu-jitsu visitam a Setre e pedem mais apoio
Um troféu e 23 medalhas. Esse foi o saldo positivo da participação de 26 lutadores de jiu-jitsu do Centro de Treinamento Damasceno Fit Combat, localizado no Subúrbio Ferroviário de Salvador, durante o Circuito Estadual Sergipano de Jiu-Jitsu, que aconteceu no final do mês passado em Aracaju.
Dez dos atletas medalhistas, entre 12 e 35 anos de idade, estiveram na Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), na manhã desta terça-feira, 8, a fim de agradecer o apoio da pasta na participação dos jovens no torneio, custeando o deslocamento da equipe entre os estados. Foi, também, o momento para pedir maior apoio para o projeto.
A equipe retornou à Salvador com 12 medalhas de ouro, 6 de prata e 5 de bronze, além do troféu pelo melhor desempenho na conquista de número de medalhas, o qual o professor Jean Damasceno fez questão de mostrar ao secretário da Setre, Davidson Magalhães, que os recebeu em seu gabinete.
O secretário ficou empolgado com o resultado e disse que irá pessoalmente o Centro de Treinamento Damasceno Fit Combat, no bairro Alto de Coutos. “Marque um dia que vou lá visitar o projeto. Vou lá e você vai me entregar um projeto formalmente para darmos apoio”, disse o gestor a Jean Damasceno.
O professor, que pratica jiu-jitsu há 18 anos, destacou a importância do apoio da Setre na conquista dos atletas. “A Setre disponibilizou o transporte para irmos até Aracaju. E se não tivesse o transporte, a gente não ia poder ir. A gente organizou todas as inscrições dos campeonatos e tal. Mas se não fosse essa locomoção, a gente não ia conseguir participar. A Setre ajudou bastante nesse sentido. Precisamos, agora, de mais apoio, para ampliar o nosso trabalho, que também é social”, disse.
O treinador lembrou que o esporte tem ajudado muitos jovens do Alto de Coutos a criar um projeto de vida saudável, longe do que não lhes traria um bom futuro. Um exemplo é o de Renan Oliveira, 29 anos, que pratica a modalidade há 9 anos. “O jiu-jitsu entrou na minha vida e mudou de forma surreal. Quando eu conheci o jiu-jitsu, eu estava em uma vida um pouco obscura. E hoje estou no jiu-jitsu há 9 anos, graças a Deus, sendo espelho pra minha comunidade, que a gente mora em periferia, é mal visto. E o jiu-jitsu ensina que a doutrina que existe no esporte é notada no nosso comportamento, no nosso dia-a-dia”, disse o medalhista.
Jiu-jitsu é esporte para mulher
As mulheres são minoria nesta modalidade esportiva e ainda sofrem preconceito quando se dedicam ao jiu-jitsu. Mas isso não impediu que Ana Luiza Damasceno e Nataniele Ramos Pinheiro, ambas com 18 anos, se destacassem no segmento. Elas foram medalhistas nas categorias pluma e médio, respectivamente.
“As mulheres ainda são minoria e a gente sofre bastante discriminação por falarem que é esporte de contato, para homem. A gente acaba sendo muito julgada por fazer o esporte. Falam, ah, quem faz jiu-jitsu não é tão feminina assim, sendo que é totalmente mentira. Eu faço jiu-jitsu e estou de unha pintada, gosto de me cuidar, então, não tem nada disso”, relata Ana Luiza, filha de Jean Damasceno, praticante, esporte há 10 anos.
Já Nataniele Ramos Pinheiro, 18 anos, medalhista da categoria médio, começou a treinar há 4 anos. “Já sofri preconceito várias vezes. Quando eu vou treinar o povo fala: você vai para isso, esse negócio de agarração. Mas não vou ligar, eles não estão me ajudando em nada, não me dão um kimono, então, não vou ligar para o que o povo fala, não. Vou ligar pra meu esporte, está me fazendo bem, sem contar que jiu-jitsu ajuda na preparação física”, disse a atleta.
Ascom Setre